E se…?

Nunca fui boa de decisões, eu fico em dúvidas, pergunto, pesquiso antes de decidir algo, às vezes até escolho, mas tenho que ligar pra alguém e saber a opinião (que quase sempre é “você que sabe”), mas só a outra pessoa nos ouvindo, ajuda na decisão.

Antes eu me deixava consumir pelo “se..” , se eu tivesse feito isso ao invés daquilo, se eu tivesse dito, se eu tivesse ido, se eu não tivesse comprado. Eu não sabia lidar com minhas escolhas, quase sempre me deprimia, ou entrava em parafuso, e tudo em silêncio. Não sei quando foi que eu despertei, mas hoje estou mais decidida, se escolhi esse caminho ao invés de outro, vou aproveitar o que ele tem pra mim, assumir os riscos e sofrer as consequências.

Continuo indecisa, mas se quero alguma coisa vou atrás, não espero. Eu só não consigo conviver mais com o “se…”, a gente chega num ponto da estrada e tem que decidir por conta própria o que quer, e hoje eu prefiro me arriscar, me atirar no abismo das possibilidades do que me lamentar por não ter tentado e ficar na angustia de querer saber o que teria sido.

O filme Mr. Nobody, que assisti recentemente, trata exatamente disso, das escolhas e suas consequências, é claro que no caso do filme é tudo exagerado, mas foi um filme que me marcou profundamente e me ajudou a ver as escolhas da vida de outra maneira. Já não me arrependo como antes, e como sou uma otimista incorrigível, acabo acreditando que o caminho em que eu vou, pode ter ótimas surpresas, e se tiver pedras e espinhos melhor ainda, adoro ter que enfrentar desafios.

A vida da gente se apresenta cheia de possibilidades, às vezes parecemos vagar como nau sem rumo em busca de um porto, sem entender direito qual o caminho certo. A todo instante, temos que fazer escolhas e temos que lidar com as suas consequências. Às vezes se acerta, muitas vezes se erra, mas as circunstâncias não se fazem boas ou más é a forma como lidamos com elas que nos confortam ou transformam os dias insuportáveis.

“Não podemos voltar, por isso é tão difícil escolher, nós temos que fazer a escolha certa, enquanto não se escolhe tudo é possível”.

Nemo Nobody, do filme Mr. Nobody

 

P.s.: Fica a dica do filme, é ótimo.

4 respostas para “E se…?”.

  1. Raina, muita gente diz que sou decidida, mas até eu chegar na decisão eu já pensei muito (calada também). Antes eu comprava roupa sozinha e nem me importava, agora não sei porquê tenho que saber o que o marido acha. hahaha Seus textos são bem escritos. Adorei. Beijos, Carol. 🙂

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    1. Brigada Carol! Mas eu acho que a opinião de quem amamos conta muito, ajuda a ficar menos confuso, é como um porto seguro, onde o que escolhemos foi o melhor. Obrigada pelo apoio. Beijos

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  2. Raina vc concerteza é uma inspiração pra mim. Amo os seus textos! São tudo de bom! 🙂

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  3. E se, sempre me dá ideia de deixar de fazer algo que deveria ter feito… É a pior angústia, pior dúvida! Não vale a pena ficar com um “e se” preso na garganta!

    =***

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